Sim, é uma velha questão mas nos tempos que correm torna-se, a meu ver, altamente actual: o que ganhamos por agir de acordo com princípios morais que previligiam a preocupação e zelo pelos interesses de todos em detrimento da defesa de interesses exclusivamente individuais?
Os mais amargurados dirão que nada se ganha com uma atitude de zelo pelo bem de todos. Eu diria que tudo depende do que se entende por ganho. O que consideras um ganho? Perguntaria...
Para mim, sendo o outro um igual e espelho de mim mesma (e não consigo considerá-lo de outro modo) só posso agir no sentido de defender o seu bem-estar. Chamem-lhe ingenuídade eu chamo-lhe empatia e, claro, que me alivia algum sentimento de culpa que denuncie a matriz judaico-cristã da minha identidade cultural mas a verdade é que só posso conceber o outro enquanto meu semelhante e, portanto, o meu ganho é sentir que no meu último suspiro estarei em sintonia com um sentimento de profunda paz, independentemente do que se venha a seguir...
Não acho nada que agir em função do bem dos outros, ou melhor, de um bem universal tenha alguma coisa que ver com a matriz judaico cristã.
ResponderEliminarNunca a igreja catolica defendeu amor universal... falam de amor ao proximo mas sempre nos limites e condicionates feitos e pensados como açaimes prórios de quem gere poder...
A Fraternidade como valor éstá intimamente ligada às suas irmãs Liberdade e Igualdade. Emancipou-se da moral judaico cristã porque assume a partilha como uma questão de justiça e não como um processo de aquisição de valores divinos. Assumimos nossos os problemas dos outros, porque de facto todos os problemas são comuns.
A moral religiosa inventou uma coisa a que chama culpa para poder asustar, pressionar e gerir a reserva de perdão (desresponsabilização) em nome de um deus.
Para o homem livre (ou uma gaja livre;-)) os unicos deveres que têm são para consigo próprio e eventualmente para aqueles que o sentem, deveres para com o resto da Humanidade.