segunda-feira, 15 de junho de 2009

O FILME...

"Mãe e Filho de Alexander Sokurov"


Já o vi há muito tempo e infelizmente, sem o impacto do grande ecrã mas é, sem dúvida, um dos filmes da minha vida, pela imagem que é sublime e sobretudo pelo tema...a mãe e o filho numa simbiose que nos faz tocar os meandros da loucura e a força criadora da perda...não recomendável a quem tem fobia ao sofrimento...motor da criatividade humana!

“Mãe e Filho é filme curto que mostra os últimos instantes de um filho perto de sua mãe moribunda. Ele a leva para passear, conta-lhe histórias, fica com ela e depois sai para ‘pensar’. Em meio as suas andanças, Sokurov constrói quadros de beleza única, sempre num colorido tendendo ao sépia que envolve o personagem, em geral minúsculo no meio das paisagens. Se estas são belas, não escondem a melancólica que a compõem pelo uso dosado de amarelos e sombras, acabam mostrando lentamente que aquele personagem está tentando sublimar sua dor e vivê-la. O filho não consegue, e finalmente encostado numa árvore, desaba em choro. A perda de sua mãe é assinalada por toda a beleza triste da composição das cenas anteriores.

O que poderia ser um exercício maneirista acabou se tornando na mais perfeita tradução em imagens do sentimento dramático. A atmosfera do filme nasce da dor, ansiedade e angústia da perda. O trem que passa ao longe não leva a tristeza do filho, não o esmorece, nem conforta. Ele parte na paisagem e permite ao espectador metaforizar o que realmente está partindo (a mãe) e sendo partido (o coração do filho). Como nos bons filmes da tal “escola poética”, o filme trabalha por analogias da construção de uma grande cena que é o filme como um todo: a da despedida entre mãe e filho.

In.: http://passodotempo.wordpress.com/2008/01/19/mae-e-filho-e-a-heranca-poetica-russa/


Um documentário...


Inquietante e com imagens incrivelmente belas...a nossa casa, sem fronteiras!!!

Um livro...

Étienne Guillé, ultrapassando a oposição entre ciência e religião. aborda aqui as questões essênciais do ser humano na sua globalidade (corpo-alma-espírito) e os devastadores problemas da sociedade moderna, responsáveis pela limitação das capacidades humanas até à sequência linear de produzir, consumir e morrer."

Manifesto anti-felicidade

Após 2 meses maníacos, estou de volta...à mais profunda melancolia. De volta a mim mesma...
Aqui fica uma frase, um livro, um documentário e um filme...

Uma frase...

"Para ser cronicamente feliz, uma pessoa deve ser também, absolutamente idiota"
Gustavo Flaubert

segunda-feira, 30 de março de 2009

Nowhere Man

He's a real nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans for nobody.

Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

Nowhere Man, just listen,
You don't know what you're missin',
All the world's at your command.

He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?

Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all 'till somebody elselends you a hand.

Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

Nowhere man please listen,
you don't know what your missin'
Nowhere Man, the world is at your command

He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans for nobody.
Making all his nowhere plans for nobody.
Making all his nowhere plans for nobody.

domingo, 1 de março de 2009

Alentejo

É além tejo que reencontro a minha dimensão espiritual...descubro, hoje, que sempre a tive e que me encontrei com ela na paisagem alentejana e na densidade da sua cultura. Na planície a perder de vista e na tranquilidade e aceitação das gentes alentejanas deixam de existir barreiras espacio-temporais. A atitude dos alentejanos é profundamente contemplativa, o que exprime uma espiritualidade que está presente em cada dia e em cada pequeno acto. Os alentejanos não necessitam de templos religiosos pois a sua união à terra é constante e na sua paisagem imensa encontram-se com o seu ser divino. As rotinas exprimem o rigor de um ritual, a cozinha, o cultivo e todos os actos quotidianos tem um preceito que não pode ser ignorado pois tratam-se de actos de verdadeira alquimia. 
"Os alentejanos são sofridos", ouvi alguém dizer. Assim é, pois não é possivel ser-se alentejano sem viver e morrer com intensidade!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Fraternidade!

Sim, é uma velha questão mas nos tempos que correm torna-se, a meu ver, altamente actual: o que ganhamos por agir de acordo com princípios morais que previligiam a preocupação e zelo pelos interesses de todos em detrimento da defesa de interesses exclusivamente individuais?
Os mais amargurados dirão que nada se ganha com uma atitude de zelo pelo bem de todos. Eu diria que tudo depende do que se entende por ganho. O que consideras um ganho? Perguntaria...
Para mim, sendo o outro um igual e espelho de mim mesma (e não consigo considerá-lo de outro modo) só posso agir no sentido de defender o seu bem-estar. Chamem-lhe ingenuídade eu chamo-lhe empatia e, claro, que me alivia algum sentimento de culpa que denuncie a matriz judaico-cristã da minha identidade cultural mas a verdade é que só posso conceber o outro enquanto meu semelhante e, portanto, o meu ganho é sentir que no meu último suspiro estarei em sintonia com um sentimento de profunda paz, independentemente do que se venha a seguir...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Dia do Yôga - 18 de Fevereiro

No próximo dia 18 de Fevereiro celebra-se o dia do Yôga e, um pouco por toda a parte, estão agendadas iniciativas que nos recordam do quão fantástica é esta magnífica herança. Para mim o yôga é tão essencial quanto o ar que respiro, não num sentido de "dependência" mas porque me permite estar permanentemente em contacto comigo mesma, o que considero imprescindível. Praticar yôga permite dispor de um momento de recolhimento e de contacto com um outro "mundo" que vai para além do que conhecemos no nosso dia-a-dia tão cheio de tarefas e que faz de nós meros operacionais. O yôga permite-me elevar-me e apurar todos os meus sentidos...mas tudo o que possa dizer será sempre insuficiente, há-que vivenciar...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Apegos

Um dos temas em que tenho "ruminado" muito, ultimamente, prende-se com com o conflito interno entre a ligação forte que, por vezes, sentimos em relação a pessoas, objectos, locais e ideias e o desejo de nos libertarmos desses apegos e simplesmente seguir em frente.
É difícil gerir esta dialéctica, pelo menos para mim é. Por exemplo, os objectos que pertenceram a entes queridos que já não partilham esta existência connosco. Faz sentido tornarmo-nos guardiões desses objectos (numa expectativa vã de que assim possamos estar mais próximos de quem perdemos) ou simplesmente libertá-los, permitindo que sejam impregnados de outras energias e abrindo o nosso caminho para algo novo? Como manter o sentido da nossa história passada sem, contudo, ficar prisioneiro da mesma? I just don´t know...
Mas, acredito que manter a questão em mente é mais útil do que, desesperadamente, procurar a resposta :) 



Saudação ao Sol

Em consideração pelo milagre de estar vivo, chamei a este espaço "saudação ao sol". Nele pretendo apenas "partilhar"...pensamentos ruminantes, imagens, interesses ou simples curiosidades.

Yogini (praticante de yoga)

Suryanamaskar (saudação ao sol)